Diante do baixo nível dos
reservatórios das hidrelétricas do país, as termelétricas têm sido a tábua de
salvação do governo para evitar um novo apagão no país. Mas a conta para
acionar emergencialmente essas usinas é salgada: superam os R$ 500 por MWh, valor
muito superior aos R$300/MWh da geração fotovoltaica ou R$100/MWh da eólica.
Trocando em miúdos, os brasileiros vão pagar muito mais caro para gerar uma
energia fóssil e poluente.
“Em tese, cada real gasto para operar as usinas térmicas poderia
nos fornecer 60% a mais de energia solar ou cinco vezes mais em energia
eólica”, calcula Ricardo Baitelo, coordenador da campanha de Clima e Energia do
Greenpeace Brasil.
A despesa das termelétricas vem do uso adicional de combustíveis
fósseis – óleo combustível, diesel e gás natural – e gera muito mais impactos
ambientais, com elevadas emissões de gases estufa e uso intensivo de água.
De outubro a janeiro, o custo das térmicas já chega a R$ 1,6
bilhão – prejuízo que será repassado ao bolso dos consumidores. Caso esse mesmo
montante tivesse sido utilizado na construção de parques eólicos, 450 MW de
energia limpa e renovável teriam sido acrescentados na matriz elétrica do país,
suficiente para abastecer uma cidade de 1 milhão de habitantes.
O mesmo investimento teria permitido instalar 300 MW em sistemas
solares, outra forma renovável de energia, abundante o ano inteiro em todo
território brasileiro.
“Isso é uma demonstração clara de que a falta de uma política
mais ousada para desenvolver o setor de renováveis no Brasil já extrapolou a
questão ambiental para se tornar uma questão estratégica para o país.”
“O Brasil deu passos importantes para disseminar o uso de
renováveis, a exemplo da aprovação recente da microgeração. Porém,
a medida ainda não veio acompanhada de uma política de subsídios para a
indústria de painéis fotovoltaicos ou de financiamentos para a instalação de
sistemas domésticos. Sem isso, perdemos a oportunidade de estimular o mercado,
gerar empregos verdes e qualificados, e garantir um desenvolvimento mais
sustentável.”
Fonte: Greenpeace Brasil
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